Regiões cafeeiras do Brasil: uma viagem pelo sabor do nosso café

As regiões produtoras de café no Brasil compreendem mais de dois milhões de hectares, quase 290 mil produtores, em aproximadamente 2.000 municípios, distribuídos em 15 Estados. Entre eles, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso respondem por 98,6% da produção nacional que tem ultrapassado as 51 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado ao ano. Além disso, a produção de café é responsável pela geração de quase 10 milhões de empregos.

A diversidade geográfica das regiões (clima, períodos de chuva, altitudes, tipo de solo, salinização do terreno etc.) interfere na qualidade dos grãos, determinando as características da bebida. Os blends, com diversos aromas e sabores nos permitem dizer que o Brasil produz café para todos os gostos. Não à toa, o País é o maior produtor e exportador de café do mundo! De acordo com dados do Balanço Comercial do Agronegócio, o café representa quase 10% das exportações brasileiras.

Na produção cafeeira do País, há uma crescente preocupação com questões socioambientais. Muitos produtores implantaram medidas sustentáveis em todas as etapas da cadeia, da lavoura à comercialização. A legislação que regulamenta a atividade também prevê ações que garantam a qualidade do produto e dos recursos humanos envolvidos na produção. Isso agrega valor ao café brasileiro no exterior e é importante, principalmente, nos municípios e regiões cuja receita vem, em boa parte, do café.

 

HISTÓRIA DA PRODUÇÃO DE CAFÉ NO BRASIL

As principais plantações brasileiras surgiram de um único pé, vindo de Amsterdã – o mesmo que deu origem aos cafezais do Suriname e da Guiana. O café chegou ao Brasil pelo norte, para ser plantado no palácio do governo do Maranhão e Grão-Pará. O cultivo começou efetivamente na Bahia, mas foi em São Paulo e em Minas Gerais que a cafeicultura se tornou um negócio importante para o País, respondendo por grande parte da receita nacional. Com isso, o café se tornou, a partir dos anos 1850, o principal produto de exportação do século 19, sustentando os últimos anos do Império e os primeiros da República Velha.

São Paulo deve muito de sua riqueza e de seu desenvolvimento à produção cafeeira, pois desde o século 19 até hoje é um dos maiores produtores de café do Brasil.

 

PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS DE CAFÉ NO BRASIL

Como dissemos anteriormente, as dimensões continentais do Brasil e a riqueza das condições de clima, solo, relevo etc. conferem ao País uma variedade sem igual de grãos. Mesmo sendo majoritariamente da espécie arábica, o café apresenta qualidades diferentes de acordo com a região em que é produzido.

A seguir, listamos as principais regiões produtoras e as características dos grãos.

 

Paraná

regiões produtoras de café

A produção paranaense teve início tardio, se comparada ao restante do País, entre as décadas de 1950 e 1960 viveu sua maior expansão, durante o período de redução de estoque nas outras regiões. Por isso o Paraná despontou nacionalmente, sendo até 1975, o maior produtor nacional. Nesse ano, uma geada negra devastou as plantações, e os agricultores passaram a cultivar soja e trigo. Hoje, o Estado voltou a figurar entre os grandes produtores de café do Brasil. As variedades mais produzidas são Catuaí e Novo Mundo, que produzem uma bebida de sabor mais seco, com corpo baixo.

 

Mogiana

regiões produtoras de café

A região que compreende a divisa dos Estados de São Paulo e Minas Gerais é uma das maiores produtoras da variedade arábica, principalmente as variedades Novo Mundo e Catuaí. A temperatura, em torno de 20ºC e o solo mais seco, que exige correções e adubos especiais, são responsáveis pelas características dos grãos, que fornecem uma bebida encorpada, de sabor suave e frutado e acidez equilibrada.

 

Cerrado Mineiro

A região é formada por 55 municípios entre Triângulo Mineiro, Alto Parnaíba e Noroeste de Minas. Nela são cultivadas principalmente as variedades Novo Mundo e Catuaí, cujas características são dadas pela altitude e pelas estações climáticas bem marcadas. A bebida produzida no Cerrado de Minas tem acidez e corpo médios e sabor adocicado com notas de chocolate.

 

Sul de Minas Gerais

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Trata-se da região com maior número de árvores de café por metro quadrado do mundo, e as características de solo, clima, ventos, altitude e outras condições fazem do Sul de Minas um dos lugares com mais abundância de variedades. Lá são cultivadas Catuaí, Mundo Novo, Icatu, Obatã, Catuaí Rubi, Bourbon Amarelo (considerado um dos melhores do mundo), e o doce Fox Bean. Os cafés dessa região costumam ser mais ácidos, frutados e encorpados.

 

Zona da Mata Mineira

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A região da Zona da Mata Mineira teve seu cenário e seu crescimento modificados pela cafeicultura. Os produtores das Matas de Minas (outro nome dessa região) se diferenciam porque, para compensar as limitações do solo, aplicam diferentes técnicas de cultivo e manejo, como lavagem, secagem e descanso. Hoje, a Zona da Mata é responsável por grande parte da safra de cafés gourmets, produzindo as variedades Catuaí e Novo Mundo, e bebidas encorpadas, com aroma neutro e sabor suave.

 

Espírito Santo

regiões produtoras de café

O Espírito Santo produz tanto grãos da espécie arábica quanto da robusta, colocando o Brasil como segundo maior produtor mundial desta espécie, atrás somente do Vietnã. Os capixabas detêm 65% de toda a produção nacional de Conilon (robusta), cujos grãos geram uma bebida de características neutras. Já da espécie arábica, são cultivadas, em regiões altas, as variedades Catuaí e Novo Mundo, que fornecem um café de encorpado, frutado e com alta acidez.

 

Bahia

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Assim como o Espírito Santo, a Bahia também produz café das espécies arábica e robusta. As plantações de Conilon se situam predominantemente em áreas próximas ao litoral e são, em sua maioria, de café irrigado com sabor, aroma, acidez e corpo neutros. Já a produção de arábica se concentra no oeste baiano, onde o solo e a vegetação característica do Cerrado fazem com que seja necessário um forte sistema de irrigação. Quase toda a produção da espécie arábica na Bahia é da variedade Catuaí, e tem como características uma bebida encorpada, adocicada, de acidez cítrica e retrogosto prolongado.

 

Rondônia

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A cafeicultura é foi a grande responsável pelo crescimento e pelo desenvolvimento de Rondônia. Nesse Estado, a espécie cultivada é a robusta (90%), que se adaptou muito bem à umidade da região. A variedade mais cultivada é Conilon, de características neutras.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento / Consórcio Pesquisa Café

 

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